Miguel Cunha, presidente em funções do Atlético Clube Riachense, faleceu na madrugada deste domingo, 6 de março, aos 48 anos, vítima de uma doença prolongada.
Natural de Riachos, Miguel Cunha é unanimemente reconhecido como uma das figuras mais marcantes da história do clube, onde deixou um legado inigualável.
Desde os 7 anos de idade até aos 32, vestiu apenas a camisola do Riachense, clube que representou com paixão ao longo de 25 anos, muitos deles como capitão da equipa principal, onde liderou durante cerca de uma década. Defesa esquerdo combativo, era conhecido pela entrega e raça em campo, recusando várias propostas de outros clubes em nome da fidelidade ao emblema da terra natal.
A sua capacidade de liderança era reconhecida e admirada por colegas, treinadores e adeptos. Uma grave lesão ditaria o fim precoce da sua carreira como jogador, em 2008, mas a sua ligação ao clube manteve-se firme. Envolveu-se de imediato noutras funções, primeiro como diretor desportivo — função em que conquistou dois campeonatos distritais, duas Taças do Ribatejo e uma Supertaça — e mais tarde assumindo a presidência do clube.
Apesar de ter sido várias vezes convidado para cargos políticos na Câmara Municipal de Torres Novas, Miguel Cunha optou por manter-se focado na sua vida profissional e nos seus negócios, que iam da área agrícola à social, sempre com um forte vínculo familiar.
A sua morte, apesar de antecipada pelo agravamento da doença nas últimas semanas, está a provocar uma enorme onda de consternação na região e no seio da comunidade desportiva. As redes sociais e meios locais encheram-se de mensagens de pesar e homenagem à figura carismática que foi Miguel Cunha.
Joaquim Martinho, presidente da Associação de Futebol de Santarém e também ex-presidente do Riachense, manifestou publicamente a sua dor: “Hoje é um dia muito triste para todos os que partilharam a vida com Miguel Cunha. Eu, como todos sabem, fui presidente do Miguel no Riachense e sempre tivemos uma relação muito próxima. Ainda no dia 7 de março, o Miguel Cunha esteve na tomada de posse da nova direção da Associação para expressar todo o apoio nesta etapa”.
Martinho elogiou ainda a resiliência de Miguel Cunha: “Continuava a lutar com uma força impressionante de querer continuar junto de nós. O Miguel, desde os tempos de jogador, soube sempre cultivar amizades e juntar as pessoas. Esse registo manteve-o depois de terminar uma brilhante carreira no seu Riachense. O Miguel marcou para sempre a história do Riachense e do futebol regional e devemos agora recordar sempre a sua postura e comportamento dentro e fora de campo. Perdemos um dos melhores e eu perco também um grande amigo”.
A memória de Miguel Cunha permanecerá viva entre todos os que com ele conviveram, e o seu contributo para o desporto e para a comunidade de Riachos será lembrado por muitos anos.